terça-feira

João de Deus - Trajectos do grés à arte da escrita




eu
eugénio de castro




Coimbra - 1869-1944



Nasceu em Coimbra, onde se formou em Letras.

A sua obra está ligada à introdução do simbolismo em Portugal, com foros de sensacionalismo, num clima jovem de revolta.

Foi professor da Faculdade de Letras, da Universidade de Coimbra, assim como na Escola Normal Superior, da mesma Universidade.

Colaborou com o Jornal O Dia e, em 1895, foi co-fundador da revista Arte, que, à época, reuniu textos de variadíssimos escritores portugueses e estrangeiros.



Foi um dos grandes admiradores de João de Deus, não só como poeta, mas também como homem, e quando o conheceu, pela primeira vez, não viu em João de Deus um indivíduo majestoso e corpulento, mas uma figura humilde, de uma enorme grandeza interior, de onde o seu génio e a sua santidade sobressaíam. Eugénio de Castro, na sua admiração, descreve o olhar de João de Deus como “ o mais profundo dos olhares, os mais belos, os mais profundos e luminosos olhos que em cara de homem vi”.



Eugénio de Castro convive, mais intimamente, com João de Deus, de 1891 a 1894, e é, durante esse período, que pode admirar a grandeza da sua alma. Surpreende-se, no dia a dia, com a nobre melancolia e o sereno heroísmo com que o Poeta/Pedagogo, surdo e cego para as torpezas da vida, sabe recatar a dignidade de homem e de artista, nos puros domínios do trabalho, do silêncio e da meditação.

Eugénio de Castro - referindo-se a João de Deus - “ tem uma alma das mais belas que Deus tem criado, e que Deus amava tanto, que até o seu nome lhe deu “.